Quando a luz vem do horizonte ainda fraca e tênue, quando o Sol ainda mergulhado na imensidão da madrugada percorre seu destino na aragem da brisa matutina. Quando caminho a beira da água o oceano em declínio contra sua própria força, as ondas resistem com suas curvas chicoteando a encosta.
Eu consigo ver a neblina em fragmentos a turvar seus verdes olhos que em segundos desaparecem a distancia. Onde está, onde está, replico em pensamento. Minha voz fraca que chama por ti, meu coração explodindo de angústia e medo, e meu corpo que congela na tímida cortina branca sobre a praia.
A imagem vagando para longe como um sonho triste de despedida, o vento que assopra vem do Norte, sinto o frio e o arrepio da saudade, e lembro-me do cheiro e da suavidade de teus cabelos claros e dourados, de tua pele macia e clara que envolviam –me em abraços que nunca terminavam.
E dos desenhos que as nuvens traçavam no céu, fazíamos pedidos de desejo, sonhos que custariam nossa felicidade mais adiante. Não se pode deixar que o tempo leve quem tanto ama, não se pode desistir quando o amor parecer estar perto, não feche seus olhos a minha frente pois deles vivo buscando sua alma.
Os momentos passam e apenas em um único instante, o amor sorrateiro nos encontra pelas curvas de um destino incerto. As vezes pode não parecer tão verdadeiro ou quanto eu quisesse demonstrar, as vezes uma canção seria suficiente para lhe dizer, as vezes precisaria de uma única frase ou de um poema todo, mas o mais importante em tudo é que ainda digo o quanto me sinto por você não saber o quanto deixa de ganhar com esse amor, pois amar não serve para apenas dizer que é uma outra conquista, amar é para que você possa encontrar um paraíso, para que você silenciar do coração a dor que corroí a solidão, angustia do olhar preocupante, é apenas o que seus olhos não podem ver, é apenas o que sua pele não pode sentir, mas entre observar o vento e sentir que ele esfria teu corpo, é descobrir que algo mudou, eis o amor.
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